Eu sempre gostei de arrancar as casquinhas


Quando eu era pequena, minha mãe sempre me dizia, "NÃO cutuque suas feridas. Se você arrancá-las, irão se tornar cicatrizes". E, mesmo assim, eu cutucava até os mais terríveis cortes, às vezes, inclusive, reabrindo o machucado e pegando infecções por conta disso.

Com o passar do tempo, nunca superei minha obsessão com feridas, por assim dizer. Cortei minha perna enquanto me raspava? Uma belíssima crosta surgia alguns dias depois, pronta para ser arrancada. Caí na calçada e ralei meu joelho? Depois da dor desaparecer, a diversão começava! Sabe, o básico ciclo de formação das casquinhas, o qual eu esperava ansiosamente.

Quando meu filho nasceu, ele se tornou a luz do meu mundo, momentaneamente mudando as coisas para mim e me dando algo pelo o que viver. Entretanto, não demorou muito para eu descobrir o quanto pele de bebê é versátil, fresca e JOVEM!

Começou com uma ferida aqui, outra lá, quando ele se arranhava com suas novas e pequenininhas unhas. Uma ferida que eu iria descascar dias depois, encontrando aquela pele fresca e cicatrizada que residia por baixo. Havia um novo prazer naquela sensação, sabendo que eu estava lidando com a melhor pele existente.

E então, esta noite, antes de meu marido voltar para casa, peguei uma navalha e cortei um pouco a parte de trás da sua perna; é um lugar que as calças cobrem, então ninguém saberá. Ele gritou e lutou um pouco, mas eu sorri, porque sabia que logo a pele fresca e curada surgiria embaixo das feridas, a medida que nos tornássemos um pouco mais aventureiros a cada dia enquanto os machucados cresciam. E eu espero as casquinhas aparecerem, pronta para arrancar.

Traduzido e adaptado por Refúgio do Terror.

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