Não se preocupe, eles estão assistindo



Drones. Os pequenos objetos voadores, que tem uma câmera que lembra muito um olho, tinham finalmente sido reconhecidos pelas autoridades como um auxiliador da lei. Eles podiam vigiar várias ruas ao mesmo tempo e, quando vissem algo suspeito, poderiam rapidamente ir para o local.
Em pouco tempo, as pequenas aeronaves já estavam rondando as ruas de todo o país. A população logo se acostumou a ser gravada e todos se sentiam mais seguros. Um lema soava, verdadeiro: "Não se preocupe, eles estão assistindo."

Foi, acredito, cerca de dez anos mais tarde, quando eu estava andando por uma rua escura depois de um longo dia no escritório, que essa sensação de segurança me passou a ser questionável. Anos atrás, eu teria me preocupado com estupradores ou assaltantes, mas agora que eles estavam assistindo, essa era apenas uma noite comum.

Era o que eu pensava, até ver um homem me seguindo. Ele era alto e não devia ter mais que quarenta anos, estava com as mão nos bolsos do casaco e tinha seus olhos vidrados em mim.

Apressei o passo, na tentativa de me afastar, mas ele fez o mesmo, era mais rápido que eu e já estava a poucos metros de mim. Olhei para o alto, e para minha sorte vi que alguns drones estavam vigiando, eles seriam minha salvação. O plano era confrontá-lo e lembrá-lo que estava sendo filmado, ele não seria idiota de querer ir preso.

— Escuta, eles estão assistindo — comecei a falar, me virando para o homem. — Não tem nada que você possa fazer, então basta parar de me seguir que eu não chamo a polí..."

Tudo aconteceu tão rápido, só pude ver ele puxando uma faca do casaco e então senti a lâmina fria atravessando minha barriga...

Caí de joelhos no chão, passei a mão na faca, tentando puxar, mas a dor era insuportável. Podia sentir o sangue vazando do meu corpo e revestindo a minha mão com sua coloração escarlate. O homem se aproximou, me dando um chute na cara e puxando a lâmina da minha barriga, gritei de dor, meu corpo todo se contraindo.

— Mas... eles estão assistindo... — tentei falar, enquanto me engasgava com meu próprio sangue.

Ele se ajoelhou, um sorriso se esboçou em seu rosto, e então me apunhalou mais uma vez. Meu grito saiu abafado, interrompido pelo sangue que estava preso em minha garganta, que jorrou para fora, acertando a cara do homem.

O drone estava dando voltas ao nosso redor, se concentrando em mim, gravando minhas feridas e meu rosto. O homem puxou a faca, e com a outra mão segurou meu cabelo, forçando meu rosto para o alto. O drone estava se aproximando, será que ninguém ia fazer algo?!

O homem começou a fazer um corte no meu rosto, indo do canto dos olhos até o queixo, ele lambia os lábios, como se estivesse saboreando o momento e então me esfaqueou novamente, dessa vez no peito. Ele se inclinou, para perto do meu ouvido, e começou a sussurrar:

— Oh, eles estão assistindo. Estou contando com isso, na verdade. Eles pagam bastante por uma morte ao vivo.


Traduzido e adaptado pelo Refúgio do terror.
Fonte:https://www.reddit.com/r/shortscarystories/comments/4q3g5y/dont_worry_theyre_watching/

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