Visco


Nem dois minutos na festa de natal, fui encurralada por um cara segurando um galho de visco. Ele o segurou acima de nossas cabeças com um sorriso sacana.


"Oh, olha! Um visco. Isso significa que temos que nos beijar."

Então eu pensei, porquê não? É Natal, Vamos espalhar a felicidade. Eu o beijei na boca, rápido e indolor, e ele me agradeceu antes de se esgueirar pra dentro da festa.

Um tempo depois, já tinha bebido algumas e estava me sentindo particularmente feliz. Por meio da multidão, vi o mesmo cara me observando, segurando seu visco.

"De novo?", perguntei rindo enquanto ele se aproximava. Ele sorriu em resposta, mas seus olhos estavam vasculhando a sala.

"Você se importa?" ele disse, segurando o visco.

Depois de algumas bebidas, eu não me importava. O beijei de novo, nada demais.

15 minutos depois, ele está de volta. "Eu preciso que você me beije", ele disse, sua voz estava muito mais séria que eu me lembrava. Era meio desconcertante, mas beijei ele de novo assim mesmo.

E o beijei quando veio novamente, e depois também.

A cada 15 minutos, o visco ficava sobre nossas cabeças e eu o beijava.

Mas chegou um momento em que beijá-lo não era mais divertido. Na próxima vez que ele veio, eu disse não.

Pânico borbulhou em sua face.

"Mas você é a única pessoa que aceita me beijar. Por favor. Eu preciso que você me beije, agora."

Ele levantou o visco sobre nossas cabeças, mas eu neguei de novo. Ele ficou visivelmente apavorado, segurando o braço de uma garota que passava.

"Visco!" ele gritou, mas o tom maníaco em sua voz e olhar fizeram ela se afastar. Ele se voltou para mim, parecendo totalmente apavorado.

"Me beija!" ele gritou. Havia lágrimas em seus olhos. "Por favor!"

Eu quase o fiz. Me inclinei em sua direção, mas a visão de algo atrás dele fez com que eu parasse por um momento.

Uma longa e pálida mão deslizou por cima do ombro do cara se enroscando em seu pescoço.

"Por favor!" ele me gritou, mas era muito tarde.

Eu apenas pude observar enquanto as garras afiadas se enfiavam em seu pescoço, jorrando sangue.

Ele tossiu e se engasgou por um tempo, sangue pingando de sua mão até ele simplesmente...desaparecer.

Ele sumiu em uma nuvem de fumaça negra, o visco em sua mão caindo na minha frente. Eu o segurei automaticamente.

Com o homem desaparecido, os olhos profundos do monstro se viraram para mim; ou melhor, para o visco em minhas mãos. Ele o olhou com cautela, mas veio em minha direção, estendendo suas garras pingando de sangue em minha direção.

Eu entendi o que eu tinha que fazer.

"Visco!" Eu disse, me virando para o cara mais próximo e segurando o visco sobre nossas cabeças.

"Agora você tem que me beijar."

Eu mantive um sorriso sacana no rosto, mesmo enquanto eu sentia dedos longos se encostando em meu ombro.

"Por favor."


Traduzido e adaptado por Refúgio do Terror 

Fonte: https://www.reddit.com/r/shortscarystories/comments/3x7xsj/mistletoe_christmas_2015/

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