Resenha Silent Hill 4: The Room

Tudo começa em uma bela manhã. Depois de pesadelos recorrentes, você acorda, em seu apartamento, vai em direção à cozinha e... Encontra a porta da frente completamente bloqueada com correntes, tábuas e tudo mais (pelo lado de dentro) e nela há um aviso escrito para você não sair. As janelas não abrem nem quebram, a televisão e o rádio não funcionam... E há um enorme buraco na parede de seu banheiro...  Bem vindo a um dos mais claustrofóbicos games de terror psicológico da história.

  O Quarto

Silent Hill: The Room é o quarto game da série de terror iniciada no Playstation 1. Seguindo a linha da história, sobre a sombria e amaldiçoada cidade de Silent Hill, o jogo inova em muitos aspectos, te levando para uma trama bem no estilo de filmes de terror japoneses (como O Grito e O Chamado).

Neste jogo, você controla Henry Townshend, um fotógrafo e jornalista que acabou de se mudar para um apartamento na cidade de South Ashfield, próximo da pequena cidade de Silent Hill. Depois de uma rápida visita à cidade amaldiçoada para tirar umas fotos, Henry começa a ser atormentado por terríveis pesadelos, até se ver, em uma manhã, completamente trancado em seu apartamento. Seus vizinhos não o escutam, seu telefone não funciona, e o único meio de sair é através de um sinistro buraco na parede do banheiro, de onde se pode ouvir vozes infantis, e de vez enquando ver um ou outro filete de sangue escorrendo...

O tal buraco leva a uma outra e sombria realidade: um mundo onírico de pesadelos, onde pessoas morrem de verdade, nas mãos de um terrível assassino. Se não resolver os mistérios à cerca de seu apartamenmto e da cidade de Silent Hill,Henry corre o risco de morrer de fome e isolado em seu estranho apartamento. Isso se as coisas que habitam a dimensão além do buraco no banheiro não encontrarem um meio de passar para o mundo "real".

Silent Hill 4 é sobretudo um game de horror psicológico. O som, os gráficos e o enredo são sombrios, muitas vezes ficando em níveis superiores aos outros jogos da série. Os inimigos são aterrorizantes e muitas surpresas terríveis aguardam no caminho.

O jogo alterna entre visão em primeira e terceira pessoa. Quando se está no apartamento, a visão em primeira pessoa prevalece; quando se entra no buraco da parede e se vai para o mundo onírico, a visão fica semelhante a do primeiro Silent Hill, em terceira pessoa. Em ambas as visões, os gráficos são ótimos, transmitindo uma sensação de claustrofobia, medo e desespero.

O combate não é o forte de Silent Hill: The Room. A maioria das armas são improvisadas, coisas como um cano de água retirado do banheiro, uma machadinha enferrujada, uma garrafa, tacos de golfe... A mecânica do combate também não é das melhores, e muitos oponentes simplesmente não morrem, ou são rápidos demais, o que não torna o combate muito importante para o game.

O principal ponto forte deste jogo é a narrativa. Seu enredo denso, com muitos materiais para ler e muitas "cutscenes" macabras o torna uma experiência, no mínimo, perturbadora.

                       

         Game estranho com gente esquisita...

Se você gosta de terror, sobretudo de terror oriental, irá se divertir com Silent Hill: The Room. No entanto, embora sombrio, este nem de longe é um game "fácil" ou "acessível". A maior parte do tempo, ele irá exigir de você muito, mas muito conhecimento da história da série. Se você não jogou os três primeiros jogos e não viu o filme (não é grande coisa, mas é legalzinho...), pode ficar perdido em muitos locais de Silent Hill: The Room.

Como segue a tradição de filmes de terror, este game irá te deixar em um mato sem cachorro várias vezes. Muitas delas você simplesmente não terá a mínima idéia do que fazer para progredir. Como nos filmes, você poderá "enfiar os pés pelas mãos" várias vezes ao longo do game, coletando itens amaldiçoados pelo mundo onírico (que irão te atrapalhar por todo o resto do jogo), ignorando certas pistas espalhadas pelo apartamento, se metendo a durão contra inimigos imortais, correndo para becos sem saída... (quando se está na pele do protagonista é fácil entender por que personagens de filmes de horror são tão idiotas...).

Além de difícil, a mudança entre o mundo real e o mundo onírico também costuma atrapalhar bastante. Em muitas partes você terá que voltar para o apartamento a fim de fazer alguma coisa que irá levar o game adiante. Muitas vezes um simples telefonema ou olhada na geladeira de seu apartamento irá fazer toda a diferença quando o game não progredir no mundo onírico...

Outro pequeno "problema" de Silent Hill: The Room é o inventário minúsculo e totalmente irreal. Diversas vezes você precisará entrar e sair de um dos mundos apenas para pegar um item que não coube em seu inventário. Outras, você irá carregar um monte de tacos de baseball, golfe, canos, machados e itens pesados e não poderá levar um cartão ou pedaço de papel por falta de espaço...

O game possui quatro finais diferentes, dependendo de como você agiu com seus aliados, inimigos, itens e como cuidou de sua casa. Na primeira vez, provavelmente, devido à falta de pistas e informações, boa parte dos jogadores vêem tudo dar errado, no final mais bizarro. Vale muito à pena jogar denovo só para ver os outros três finais.

Em suma, Silent Hill: The Room é um ótimo jogo de terror, e cumpre seu papel, fornecendo uma aventura pertubadora e claustrofóbica. No entanto é um jogo difícil e muitas vezes frustante, muito complexo e que vai te deixar parado várias horas pensando no que você deve fazer para poder seguir adiante com o enredo...

                  

Texto de: http://blogdaresenha.blogspot.com.br/2008/03/silent-hill-room.html