Ainda existem canibais

Trio, acusado de matar, esquartejar, comercializar salgadinhos com recheio de carne humana e canibalismo, recebeu sentença e aguarda julgamento de outras duas mortes.

Trio ficou de pé para escutar decisão no Fórum de Olinda (Foto: Anna Tiago/G1)
                                                                                                                                      (Foto do do G1)


O crime, ocorrido em Olinda, Pernambuco, em maio de 2008, teve como consequência a morte da moradora de rua Jéssica Camila da Silva, 17 anos. Os réus foram a júri popular, composto por sete pessoas e conduzido pela juíza Maria Segunda Gomes de Lima, no dia 14 de novembro de 2014.


Jorge Beltrão Negromonte, de 52 anos,  foi s
entenciado a 21 anos e seis meses de reclusão e um ano e seis meses de detenção, no total, 23 anos; sua mulher, Isabel Cristina Pires, de 53 anos, e a amante dele, Bruna Cristina da Silva, de 28 anos, receberam 19 anos de reclusão e um ano de detenção, totalizando 20 anos cada.
"Os jurados entenderam que os réus são culpados e, com base no artigo 59 do Código Penal, foi aplicada uma pena determinada a cada um deles, especificamente depois de analisar todos os antecedentes, culpabilidade, comportamento", disse a magistrada, acrescentando que, nesse caso, não coube a pena máxima. "Pena máxima a gente aplica quando tem condenação e outros processos já julgados, o que não é o caso deles. Um [Jorge] responde a outro processo, mas não tem condenação. No caso dos outros crimes que ele responde na cidade de Garanhuns, pode ser que isso desfavoreça a pena dele", explicou.


O trio também responde pela morte de outras duas mulheres — Alexandra Falcão da Silva, 20 anos, e Giselly Helena da Silva, 31 — em uma ação penal que tramita no fórum de Guaranhuns, no interior de Pernambuco. Este processo está em sigilo de justiça e não se tem data marcada para julgamento.


Um pouco sobre o ocorrido: De acordo com a polícia, o grupo dizia ser parte de uma seita intitulada de Cartel, que pregava a redução populacional e a purificação do mundo. Os réus relataram, em depoimentos, que recebiam missões de entidades sobrenaturais e, a partir daí, escolhiam suas vítimas. Após as execução das mulheres, o trio retirava a pele, desossava e fatiava os cadáveres. Com isso, porções das nádegas, coxas e do fígado, eram guardados na geladeira. E o resto do corpo era enterrado no quintal da casa. Além de encontrar os restos mortais das vítimas, a polícia achou na casa um livro, escrito por Jorge, que detalhava o modo e os motivos dos assassinatos. Os réus igualavam a ingestão de carne humana como um processo de “purificação da alma”.


No caso da moradora de rua, Jéssica Camila da Silva, que na época tinha uma filha de 1 ano, o grupo atraiu a mulher com uma oferta de abrigo. Por não possuírem condições biológicas de ter filhos, o casal, José e Isabel, planejava roubar a menina, segundo denúncia do Ministério Público. De acordo com a polícia, Jessica foi imobilizada no banheiro da casa, e em seguida levou um corte de faca na jugular. Todo o seu sangue foi retirado com a ajuda de um garrote. Depois, seu corpo foi esquartejado e a pele retirada. A carne foi fatiada e guardada na geladeira. No dia seguinte, foi ingerida grelhada, temperada com sal e cominho. A criança também comeu da carne da mãe. O resto foi enterrado em forma de cruz no quintal. 

Bruna, a terceira integrante, assumiu a identidade de Jéssica e  passou a cuidar da menina. O assassinato da jovem só foi descoberto depois de a polícia prender o trio pela morte das duas mulheres em Guaranhuns, e encontrarem com eles a criança, que tinha, então, cinco anos. Na ocasião, ela foi entregue ao Conselho Tutelar. Isabel relatou à polícia que vendeu empanados e coxinhas, feitas com os restos mortais das vítimas, pelas ruas de Guaranhuns.

Esse foi o último de caso de antropofagia - ato de comer uma ou várias partes de um ser humano - que se sabe, ocorrido no Brasil. Tribos canibais existiram, no Brasil e em demais países do mundo, como ainda se é possível encontrar tribos com esses costumes, como os Korowai, em Papua-Nova Guiné.
Korowai man

Os Korowai não acreditam em doenças, dessa forma, quando uma pessoa sofre de uma doença fatal, eles acreditas que o corpo foi possuído por um demônio, ou bruxo, khakhua, e que é necessário manter a tribo a salvo dele.


Sendo assim, eles acreditam que a pessoa esta possuída por um demônio assassino, que devora seu interior. Se ela sussurre um nome em seu leito de morte, eles creem que o indivíduo mencionado seja o khakua em um disfarce. O pobre coitado é então morto, com uma flecha feita do osso de uma ave nativa, desmembrado, cozido e servido para a comunidade.

A tribo não acredita que está comendo uma pessoa, mas sim um khakhua. Nessa cultura, o canibalismo é um ato de justiça que vinga a pessoa que foi atacada pelo bruxo. Já as crianças não participam do banquete, mas também podem ser consideradas khakhua, aguardando até a puberdade para serem mortas e devoradas.

Ressatando que esse ritual não é algo que acontece sempre. Na verdade, ele torna-se cada vez mais raro com o passar do tempo e até já foi impedido em alguns locais, sendo proibido por lei como assassinato.

Então, sugiro cuidado com o que come.

Fontes:
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/trio-de-canibais-vai-a-juri-nesta-quinta-em-pernambuco

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